quarta-feira, março 2

#7 Fim da linha

Eu li todas as manifestações positivas sobre este blog. Confesso, fiquei impressionado. Por um tempo prometi escrever, e vinha aqui e nada. Ficava online por nada, nada escrevia. Não sentia a menor vontade, talvez por mil motivos que um dia, se sentir conforto, falo aqui.

Certo dia, me peguei pensando sobre o que eu queria a longo prazo (estou falando da vida) e vi que nada do que fazia a 7 ou 8 meses atrás fazia o menor sentido. Era estranho acordar pra realidade e ver que eu não era o mesmo. Acho que a mudança vem para todos com a idade, maturidade, experiencias, disso tudo, valeu. Mas me olhava no espelho e via algo puramente artificial. Me vi com 15 anos tentando mudar pra agradar uma certa garota por quem eu era apaixonado. Só que com 15 anos, tudo vale, tudo. Quanto mais eu errava, mais eu aprendia. E se aprendi muito é porque errei muito, e isso tudo porque sempre vivi sem medo.

Nos últimos meses tive experiencias incríveis, maravilhosas, outras nem tanto. Mas o que mais me deixou satisfeito foi poder ser Eu mesmo, tomar minhas decisões, sem ser julgado ou confrontado. Meu medo tinha se esfumaçado pelo ar, e hoje não passa de motivo de uma risada nostalgica e confortadora.

As vezes penso nesses momentos como um filme da minha vida, naqueles momentos de epifania numa calmaria, num fim de tarde. Eu pensei ter atingido o fundo do poço, o fim da linha e vi que existe vida após a morte (Do tal Hitchens). Mas esse sonho que acabou foi acabando aos poucos (Nada acontece por acaso e ainda mais do nada).

Quando começei a buscar outros valores além do sistema solar em volta do meu próprio umbigo aprendi valores que hoje digo que morrerão comigo. Afinal, valores não se negociam, e pra quem por muito tempo vendeu os seus a preço de pão posso dizer que hoje a história é contada por um outro panorama, mas pelo mesmo protagonista.

Talvez o fim da linha seja um Restart (Não acredito que escrevi isso), um recomeço, sem promessas, sem pretenções. Acho que todos aqueles que se dizem comprometidos com alguma manifestação artística deveriam deixar um legado. Sua arte não é arte sem um significado, uma razão. Não jogaria meu caminho trilhado fora por nada, nada, então a uns bons tempos tenho me retirado, me guardado esperando a calmaria pra essa tempestade chamada música. Me desliguei completamente de tudo, fui ver outras coisas na vida e quando dei de frente com aquele fim da linha vi uma longa e nova estrada pela frente.

Por enquanto é isso, vou voltando devagar mas acredito que dessa vez tenho muito mais a escrever, só estou enferrujado, sem prática.

Obrigado aos credores.